Dentre tantas adaptações que a maternidade exige, o ato de amamentar é um dos mais sensíveis. É a parte mais forte desse novo universo que assola a vida da mulher ao se tronar mãe, e é a base da vida do bebê que está por vir.
Essa é a história de Marcela Cavalcante e dos bastidores da sua maternidade, que mostram a delicadeza e ao mesmo tempo a fortaleza que existe no ato de amamentar. Retratam ainda como este ato pode salvar vidas de uma forma tão bonita, mesmo com os empecilhos que podem surgir na rotina.
Sem saber o que lhe esperava pela frente, Marcela já tinha, além do desejo de ser mãe, a vontade de ser doadora de leite materno. Como isso iria acontecer, o destino tratou de providenciar. Foi quando ela teve a grande descoberta de que seria mãe. Os nove meses passaram e, no dia 16 de março de 2019, Marcela deu à luz Maitê Andrade no Hospital Regional Unimed (HRU), onde permaneceram por 24 horas e logo tiveram alta.
No dia seguinte, Marcela voltou ao hospital para vacinar sua filha, registrá-la no cartório e receber algumas informações sobre amamentação no Posto de Coleta de Leite Humano, localizado no 6º andar do HRU. Nesse mesmo dia, Marcela se cadastrou como doadora de leite materno. Ali, naquela sala de apoio às mães, foi dado o seu primeiro passo nessa linda e agraciada jornada, que tem proporcionado amor e cuidado para outras pequenas vidas.
Desde que foi orientada sobre a amamentação e doação, todo o procedimento para retirada do leite excedente, Marcela realiza em casa. Mas antes mesmo de passar a retirar para doar, Marcela tomou a iniciativa por outro motivo.
“Com três dias após o parto, eu passei a sentir meus seios muito doloridos por estarem cheios de leite. Foi então que passei a ordenhar. O puerpério* já estava sendo um momento tão delicado, que passei a fazer a retirada do leite na intenção de obter uma sensação de alívio. E consegui, mas na minha cabeça ficou a impressão de estar desperdiçando um alimento tão precioso e que meu corpo se empenhou tanto em fabricar. Foi então que passei a ordenhar para doar aos que precisam.”
Desde então, em todas as mamadas, Marcela retira o leite excedente e o armazena em frasco apropriado* para congelar e aguardar que o motorista da Unimed Fortaleza recolha para levar à Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac). Instituição vinculada ao Posto de Coleta do HRU e responsável pelo procedimento de pasteurização e doação.
Desde que começou a doar, Marcela amamenta e ordenha o leite ao mesmo tempo. As dificuldades passadas foram muitas e a rotina não se resume apenas em tirar e congelar o leite. Por trás de cada potinho cheio de leite, existe todo um equilíbrio de afazeres e emoções.
“É conseguir equilibrar um bebê em um braço enquanto você ordenha com o outro, é realizar a higienização adequada dos frascos de coleta, colocá-los para ferver e lembrar. É acordar à noite com os seios latejando de tanto leite e perder, no mínimo, 30 minutos de sono. É estar disponível para limpar a casa nas vezes que deixar cair o frasco com leite… mas, acima de tudo, é amor e gratidão por saber que, com esse ato, eu consigo ajudar outros bebês e outras mães.”
Fazer o bem é uma dádiva para quem o faz e mais ainda para quem o recebe. Quando se fala de aleitamento materno então, é mais do que o bem. É doar de si para salvar vidas. E é isso que representa a maternidade de Marcela e a causa nobre e justa pela qual se empenha em doar leite dia após dia. “Sempre quis ser doadora de leite a fim de poder ajudar outras crianças. Não é fácil, não é simples, mas é muito gratificante.”
Para Marcela, amamentar é “tempo, é espera, é cuidado, carinho, dedicação e amor… é contato, olhar e entrega, é vida e é milagre. Nenhum livro, estudo ou depoimento consegue ser capaz de descrever o sentimento e realização que eu senti ao amamentar. Para mim, é um momento fundamental”.
E sobre a essência da amamentação, Marcela deixa uma mensagem para todas as mães. “O aleitamento materno cura o corpo e o coração. Ser capaz de alimentar uma criança com o alimento que seu corpo produz é muito gratificante. E esse sentimento fica ainda mais grandioso quando partilhado com aqueles que não tiveram a mesma oportunidade, seja por qual motivo for. Então, se dê a chance de viver esse momento, e, se possível, doe leite.”
*Puerpério é o período que decorre desde o parto até que os órgãos genitais e o estado geral da mulher voltem às condições anteriores à gestação.
*O frasco apropriado para doar leite materno deve ser de vidro.
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