Muitas histórias são escritas, vividas, contadas e compartilhadas no Hospital Regional Unimed (HRU) todo o tempo. 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. Com altos e baixos e linhas que são escritas gradativamente, a ansiedade e muitas incertezas fazem morada naqueles que passam a ler, contar e viver, até que cada capítulo seja concluído e o próximo tenha início.
A história que você vai ler agora é de Maria Clara Machado Romão, diagnosticada com leucemia, que teve um capítulo longo escrito e concluído com muita bravura no HRU. Continue a leitura e deleite-se nessa narrativa de muita luta, mas também e principalmente de grande alegria, humanização e determinação.
06 de março de 2017. Mais um dia comum para tantos. Um dia nenhum pouco esperado por Maria Clara e sua mamãe Kariny Machado. Uma febre insistente e uma dor no antebraço de Maria as levaram até o Centro Pediátrico da Unimed Fortaleza. No dia seguinte, uma suspeita de algo mais grave as transferiram para o HRU. É exatamente aqui, nesse trecho, que um capítulo não muito agradável começa a ser escrito na história de Maria, com 6 anos de idade na época.
Exames e mais exames e a realização de uma biópsia indicaram inicialmente um osteosarcoma. Sem muita assertividade nos primeiros, foram pedidos mais alguns exames. Logo o diagnóstico exato daquele problema foi apontado. A doença que estava assolando o corpinho de Maria Clara era a leucemia – um câncer que ocorre na formação das células sanguíneas e dificulta a capacidade do organismo no combate a infecções.
Para Kariny, era impossível acreditar naquele diagnóstico. Era incabível imaginar que sua pequena, uma criança tão querida, amada e alegre estava com algo tão ruim tomando conta de seu corpo. Foi então – nesse pequeno espaço de tempo – que um turbilhão de emoções surgiu e os dias de muita luta e perseverança começaram. Mas se você está lendo e pensando em tristeza, a Maria Clara pode te provar, nas próximas linhas que você lerá, que a palavra tristeza não prevaleceu nenhuma vez em seu vocabulário.
Tão pequena, mas tão forte. Maria Clara foi e é exemplo de que a humanização está acima de todo medicamento, quimioterapia e qualquer momento de tensão. A garra que ela teve para lutar bravamente contra cada dia de tratamento, internação e isolamento surgia de uma fonte dupla, especial e inesgotável: o amor genuíno e a alegria contagiante, que são residentes fieis do seu coração.
Maria sempre fazia questão de participar de cada atividade de humanização no Hospital e de levar sua alegria para outros pequeninos. Onde tinha festa e alegria, Maria era a primeira protagonista. O seu jeitinho singular de levar a doença com leveza e seu tratamento com destreza passou a ser a sua marca registrada. Não à toa, em todo esse tempo de tratamento, uma rede de apoio sem tamanho definido se formou e também muito a ajudou.
A pequena guerreira conquistou o coração de cada pessoa que por ela passou e uma injeção de emoção e uma dose extra de lição de vida para todos ela proporcionou. Muitos profissionais que cuidaram dela e até aqueles que ficavam mais distantes, mas foram impactados pela garra dela, se tornaram amigos especiais. Sua médica, Dra. Fabíola Melo, é uma delas e também testemunha fiel de toda sua narrativa e maneira cheia de alegria de viver dia após dia lutando contra a leucemia.
“Maria Clara, desde que chegou ao Hospital, já era a própria humanização. Ela fazia questão de visitar outros pequenos pacientes internados e eu permitia, porque ela queria dar apoio. Ela fazia as visitas nos outros leitos e falava sobre o cabelo para ajudá-los a passar pela mudança: ‘olha, o cabelo cai, mas depois cresce e fica lindo!’. Ela trazia as toquinhas para ofertar para as outras crianças, sempre mostrando o lado positivo de cada situação. Ela simplesmente fazia de tudo para ver todos ao seu redor felizes. Essa pequena tem uma luz grandiosa própria. É dela e nada e nem ninguém tira.”
Dra. Fabíola Melo.
12 de setembro de 2019. O sol nasceu mais radiante e o clima no ar era de uma imensurável gratidão. O dia não era para mais uma realização de quimioterapia e nenhum outro procedimento. O dia era de festa e muita emoção. Afinal, foi nesse dia que Maria Clara recebeu alta do Hospital e tudo quanto era sentimento bom inundou seu coração. A ansiedade até apareceu, mas logo se escondeu quando a noite chegou e o sino a Maria tocou e o seu certificado de bravura segurou!
E se “que sino é esse?” você está se perguntando, o sino é um símbolo de esperança cujo toque representa o início da construção de um novo capítulo na vida de quem o está tocando. É uma forma linda de anunciar uma conquista, aproximar todos ao redor para vibrar juntos e compartilhar todos os sentimentos bons. Foi esse o trecho que deu início ao mais belo capítulo da história de Maria Clara cujas palavras mais redigidas passaram a ser desde então gratidão e amor pela vida.
“Gratidão. Esse foi o sentimento que tomou conta de todo o meu coração! Com certeza não poderia ser outro. Esse dia, depois da comemoração do meu aniversário, foi o dia mais feliz da minha vida. O mais sonhado e esperado, que enfim foi realizado e me deixou mais feliz do que já sou na vida”, comentou Maria Clara com os olhinhos brilhando e o coraçãozinho palpitando forte transbordando tamanha emoção.
Nessa grande rede de apoio, a mamãe Kariny fez amizades… daquelas de aquecer o coração nos dias frios e de vibrar com as conquistas descobertas. Ao longo dos meses no Hospital, ela e outras mãezinhas de pequenos pacientes oncológicos se uniram e formaram um grupo, que foi criado como uma forma de se manterem próximas e compartilharem entre si cada dia de luta e também de vitória. Além disso, Kariny contou com todo o apoio do grupo Panapaná*, que esteve em oração por Maria Clara, uma de suas mimadas, promovendo momentos de conforto e alegria.
Hoje, Kariny fala com amor e serenidade sobre a infinidade de aprendizados bons que conquistou com tudo o que passou e amizades que conquistou. “A notícia do câncer na vida da minha Maria, para mim, foi como uma sentença de morte. Eu não conseguia imaginar de onde eu e ela conseguiríamos forças para enfrentar o tratamento e, quando me dei conta, já estávamos rodeadas de amigos, de gente do bem como uma verdadeira rede de apoio. Passar por tudo isso com Maria me fez enxergar perfeitamente o simples como o mais essencial. Hoje, dar um abraço nas pessoas que nos rodeiam e fazer a diferença na vida delas como um incentivo à vida, demonstrando a certeza de que tudo vai dar certo no final é crucial para mim. Sou muito grata a todos que de certa forma fizeram isso comigo, por isso retribuo a cada um que passou por nossas vidas.”
“Viva um dia de cada vez! Celebre as conquistas diárias, espalhe amor e gratidão que muito em breve a vitória chegará.”
Kariny Machado
O certificado de bravura é para todos os pequeninos que terminam o tratamento quimioterápico. É uma forma singela de prestigiar os que deveriam ser os mais frágeis, mas são os mais fortes por vencerem tantos momentos difíceis e dolorosos. O sino complementa esse prestígio, como um sinal de esperança para outros pacientes e símbolo de gratidão e anunciação da conquista em estar ali, tocando-o para fazer uma festa pela alta do Hospital.
*Panapaná é o nome que se dá ao coletivo de borboleta e há um grupo de pessoas em Fortaleza denominado de Panapaná que visita pessoas em tratamento do câncer. O grupo foi criado em 2013 e além de orações, sempre leva mimos para prestigiar as pessoas na visita.
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