Cuidar de Você 16 de Novembro de 2021

Prós e contras da injeção anticoncepcional: entenda como o método funciona


Você está pensando em tomar a injeção anticoncepcional, mas tem dúvidas sobre a sua funcionalidade? Continue a leitura e descubra as suas vantagens e desvantagens!

enfermeira preparando injeção anticoncepcional

Funcionando de maneira semelhante à pílula contraceptiva, a injeção anticoncepcional é uma alternativa para mulheres que porventura não podem fazer uso de comprimidos com frequência ou que não se adaptam à pílula. Dependendo da composição anticoncepcional indicada pelo(a) ginecologista, a injeção pode ser aplicada mensalmente ou trimestralmente.

Mas você pode estar se perguntando: é um método seguro para todas as mulheres? Existem efeitos colaterais? Para nos ajudar a responder estas e outras possíveis perguntas, convidamos o ginecologista da Unimed Fortaleza, Dr. Márcio Alcântara.

Como funciona o anticoncepcional injetável

A injeção contraceptiva deve ser aplicada conforme prescrição médica e orientação descrita em bula pelo fabricante. Tal método pode ser de aplicação mensal ou trimestral, a depender da indicação, já que as composições são diferentes. Entenda melhor a seguir!

Injeção mensal

A injeção anticoncepcional que é aplicada mensalmente possui a combinação dos hormônios progesterona, responsável por inibir a ovulação, e o estrogênio, que estabiliza o endométrio.

Ela deve ser aplicada no 8º dia do ciclo ou a cada 30 dias, respeitando a data da primeira aplicação.

A margem de segurança é de três dias para as injeções aplicadas a cada 30 dias, ou seja, caso ocorra algum atraso, a injeção pode ser aplicada até três dias antes ou depois de passado um mês da última aplicação.

Uma vez pausado o uso do contraceptivo injetável mensal, a fertilidade volta à normalidade em um curto espaço de tempo.

Injeção trimestral

A injeção trimestral contém apenas progestogênio cuja composição age impedindo a ovulação, dificultando a passagem de espermatozoides, já que aumenta a viscosidade do muco cervical (uma secreção natural produzida pelo colo do útero que pode ser expelida pela vagina).

Sua margem de segurança é de 7 dias, podendo ser aplicada 7 dias antes ou depois de decorridos três meses da aplicação anterior.

Uma de suas maiores vantagens está voltada para mulheres lactantes, uma vez que essa alternativa de injeção é possui apenas o progestogênio e esta não é contraindicada para mulheres que estão no período de amamentação.

Uma desvantagem desse método é a volta à fertilidade que demora mais, uma vez que a liberação do hormônio progesterona é feita de forma lenta no organismo.

Importante: os métodos contraceptivos previnem apenas a gravidez e não evitam infecções por doenças sexualmente transmissíveis. Por isso, a indicação é de que, mesmo fazendo uso de injeções anticoncepcionais ou outros métodos, o uso de preservativos deve acontecer em todas as relações sexuais.

Como é aplicada a injeção anticoncepcional e quem é responsável pela aplicação?

A injeção é intramuscular, deve ser aplicada no braço ou nas nádegas (preferencialmente), e deve ser manuseada por um(a) profissional(a) da saúde, podendo a aplicação ser realizada em farmácias que possuem ambulatório.

Existem efeitos colaterais?

Os efeitos colaterais geralmente indicados pelas mulheres que utilizam esse método estão ligados à imprevisibilidade do ciclo menstrual (ou seja, o tempo de menstruação que pode ficar desregulado), dores nas mamas, acnes e aumento do peso. No entanto, é importante ressaltar que cada organismo responde às medicações de maneira diferente.

A injeção anticoncepcional é o método mais seguro?

A eficácia desse método contraceptivo possui margem de falha de apenas 0,2 a cada 100 mulheres por ano. No entanto, a verdade é que todos os métodos possuem suas mínimas margens de falhas que podem ser avaliadas. E o tipo de anticoncepcional deve ser escolhido pela paciente junto com o(a) seu(sua) médico(a) ginecologista, verificando o que melhor se adequa à sua necessidade.

Além das pílulas anticoncepcionais e da injeção, existem ainda outras alternativas contraceptivas, como o DIU de cobre ou de prata ou os medicamentosos (Mirena ou Kyleena).

O DIU é um pequeno contraceptivo colocado dentro do útero, sendo considerado um método de alta eficácia para uma prevenção permanente e reversível.

A maior diferença entre a injeção anticoncepcional e o DIU são suas composições e formas de aplicação. Uma vez que o DIU se torna um método mais invasivo – embora seja de aplicação única para um grande espaço de tempo – e pode ficar no útero por até 10 anos.

Leia mais sobre o DIU e conheça suas vantagens e desvantagens!

Quando a injeção anticoncepcional pode ser aplicada?

1. Após a gestação

Após o parto, a mulher pode receber a aplicação da injeção entre o 21º e 28º dia após o nascimento do bebê. Se for lactante, apenas a trimestral é permitida.

2. Após um aborto ou ingestão da pílula do dia seguinte

A injeção anticoncepcional pode ser aplicada imediatamente após o aborto ou após o uso da pílula do dia seguinte.

3. No dia em que para de usar pílula contraceptiva

Também pode aplicar a primeira injeção no mesmo dia que parar de usar pílula contraceptiva.

Atenção! Em caso de ter relações sexuais sem fazer uso de contraceptivos, é necessário realizar o teste de gravidez antes de tomar a injeção.

Contraindicações da injeção anticoncepcional

Agora que você já sabe como funciona a injeção anticoncepcional e quais as suas vantagens e desvantagens e até comparações com outros métodos, é importante ficar por dentro das contraindicações.

As injeções são contraindicadas para as seguintes mulheres:

  • Que têm risco de trombose e sobrepeso;
  • Mulheres com hipersensibilidade a algum componente da formulação da injeção;
  • Grávidas ou lactantes até 6 semanas depois do parto, no caso das injetáveis mensais;
  • Que possuem câncer de mama detectado recentemente;
  • Que tenham sangramento vaginal ou uterino anormal;
  • Mulheres que possuem intensas e graves dores de cabeça, com problemas neurológicos;
  • Que têm histórico de doenças no fígado;
  • Que tenham realizado cirurgia com imobilização prolongada;
  • Com histórico de doenças cardiovascular, trombose ou cardiopatia isquêmica ou valvar complicada;
  • A injeção também não é indicada para mulheres com diabetes com nefropatia, retinopatia, neuropatia ou diabetes com duração de mais de 20 anos;
  • Dentre outros fatores que podem ser identificados pelo(a) seu(sua) médico(a).

Consulte o seu ginecologista

Agora que você já entendeu mais sobre a injeção anticoncepcional e tirou as principais dúvidas, é hora de procurar um(a) médico(a) ginecologista para receber orientações de acordo com o seu histórico antes de aderir a esse método contraceptivo. Não perca tempo, consulte agora um(a) especialista!

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*Conteúdo desenvolvido em parceria com o médico ginecologista e obstetra da Unimed Fortaleza, Dr. Márcio Alcântara (CRM 5861 CE).

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