Cuidar de Você 22 de Fevereiro de 2022

O que é e como diagnosticar a doença inflamatória pélvica?


Descubra agora quais são os cuidados que podem prevenir a Doença Inflamatória Pélvica (DIP) e suas consequências mais graves. Confira!

ginecologista conversando com paciente

A Doença Inflamatória Pélvica (DIP) é uma infecção que ataca os órgãos reprodutores femininos tais como útero, tubas uterinas e ovários. Ela costuma surgir em decorrência de complicações de alguma infecção sexualmente transmissível (IST), geralmente gonorreia ou clamídia.

Por isso, ao perceber os primeiros sintomas relacionados às ISTs, é importante procurar ajuda médica, pois quando a infecção não é tratada adequadamente enquanto as bactérias ainda estão restritas à região vaginal, elas podem se proliferar e invadir o aparelho reprodutor e causar a infecção nos órgãos internos.

No Brasil, não há dados que contabilizem quantas mulheres são acometidas pela doença por ano, mas, segundo alguns estudos, estima-se que a doença está relacionada com aproximadamente 90% dos casos de infecção sexualmente transmissíveis (ISTs).

Para explicar sobre o diagnóstico, sintomas e prevenção da doença, convidamos o ginecologista e obstetra da Unimed Fortaleza, Dr. Márcio Alcântara, que dividiu o tema em 5 pontos importantes. Continue lendo!

1. O que causa a Doença Inflamatória Pélvica?

Como já falamos acima, a Doença Inflamatória Pélvica (DIP) é uma infecção que está associada, principalmente, às bactérias causadoras da gonorreia e da clamídia e, em alguns casos, pela bactéria Mycoplasma genitalium, que são transmitidas sexualmente.

A DIP é mais comum em mulheres de 15 a 35 anos, com vida sexual ativa, com múltiplos parceiros e em pessoas que mantêm relações sexuais sem o uso de preservativo. Porém, a possibilidade de contágio por via sexual não é a única.

Mulheres também podem ser infectadas na hora do parto vaginal, abortos, procedimentos ginecológicos cirúrgicos, colocações recentes do DIU e duchas vaginais. Por isso, ao perceber qualquer sintoma ou mudança na região vaginal, é importante procurar ajuda médica.

2. Quais os sintomas da Doença Inflamatória Pélvica?

Os sintomas da doença podem variar de acordo com a bactéria causadora da inflamação. A DIP está dividida em duas formas: doença aguda e sintomática ou doença subclínica ou crônica.

  • Doença aguda e sintomática:

Normalmente é provocada pelas bactérias causadoras da gonorreia e da clamídia. Essa forma da doença é inflamatória. O Dr. Márcio Alcântara alerta para os principais sintomas: “Nessa forma da doença, é comum sentir dor abdominal ou pélvica, que pode iniciar de forma repentina e tem intensidade variável. Além das dores, pode surgir corrimento vaginal com odor desagradável, sangramento uterino irregular e, em alguns casos, a mulher pode sentir náuseas e vômitos”, explica.

  • Doença subclínica ou crônica:

Nessa forma, a infecção pode apresentar sintomas leves e quase imperceptíveis. A dor e o corrimento vaginal são pouco expressivos e há ausência de febre. Quando os sintomas são brandos, eles tendem a durar meses e retardam o diagnóstico e o tratamento, o que pode levar ao agravamento da inflamação. A infecção pode progredir e surgir complicações graves.

Sintomas mais comuns da DIP

  • Corrimento vaginal amarelado ou esverdeado e com forte odor;
  • Sangramento vaginal fora do período menstrual e/ou durante a relação sexual;
  • Menstruação irregular;
  • Dor ao urinar;
  • Intensa dor ao exame ginecológico.
  • Dor na parte baixa do abdômen (no ?pé da barriga? ou baixo ventre);
  • Dor abdominal e nas costas;
  • Febre acima de 38º, fadiga e vômitos.

Saiba mais: Quando é normal ter corrimento vaginal?

3. Quais são as complicações da DIP?

Quando não é tratada corretamente ou quando há demora no diagnóstico e, consequentemente, no tratamento, a DIP pode trazer algumas complicações e causar distúrbios irreversíveis para a mulher.

  • Bloqueio das trompas de Falópio:

Em algumas situações, a infecção pode bloquear as trompas de Falópio, fazendo com que elas fiquem inchadas devido à retenção de líquido. A mulher pode sentir pressão ou dor crônica na parte inferior do abdômen.

  • Peritonite:

Surge quando a infecção se dissemina para a membrana que reveste a cavidade abdominal, causando dor intensa e repentina ou, em outros casos, gradual em todo abdômen.

  • Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis:

Essa complicação acontece quando a infecção nas trompas é ocasionada pela bactéria da clamídia ou gonorreia e se espalha pelas regiões ao redor do fígado. Quando a inflamação atinge esse estágio, normalmente, a infecção tende a causar dor na parte superior do abdômen.

  • Abscesso:

Acontece quando há alta concentração de pus nos ovários ou nas trompas. Em algumas situações, ele pode romper e causar um vazamento de pus na cavidade pélvica, causando peritonite.

“Quando ocorre o vazamento de pus, a mulher pode sentir dor intensa na parte inferior do abdômen, ter queda de pressão arterial seguida de náusea e vômitos. Nesses casos, é importante ter muito cuidado porque se a infecção atingir a corrente sanguínea pode causar sepse”, explica o Dr. Márcio.

  • Aderências:

São faixas anômalas de tecido cicatricial e podem surgir quando a doença inflamatória pélvica produz um líquido purulento irritando os tecidos e causando as faixas de tecido cicatricial no aparelho reprodutor ou nos órgãos próximos ao abdômen. Em alguns casos, as aderências podem resultar em infertilidade e dor pélvica crônica;

  • Gravidez Ectópica:

A possibilidade de uma gravidez ectópica aumenta em 6 vezes nas mulheres que tiveram DIP. Essa gestação é de risco, pois ameaça a vida da mulher e o feto não consegue sobreviver.

4. Como prevenir a Doença Inflamatória Pélvica?

Ao ser diagnosticada, a Doença Inflamatória Pélvica tem cura e pode devolver a saúde e a fertilidade da mulher. Entretanto, por ter relação com Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), é importante ter cuidados como:

  • Usar preservativo em todas as relações sexuais;
  • Abstinência sexual até que o tratamento com antibióticos tenha surtido os efeitos almejados;
  • Avaliação e tratamento dos parceiros sexuais.

“O tratamento dos parceiros sexuais é muito importante porque, mesmo que não apresentem sintomas, eles podem propagar infecções. Ao realizar o tratamento, impedimos que o agente infeccioso causador da doença se espalhe, além de prevenirmos a recorrência das crises”, alerta o Dr. Márcio.

5. Como tratar a DIP?

Após o diagnóstico, o médico deve iniciar o tratamento com uso de antibióticos tanto para a mulher afetada, como para o seu parceiro sexual, mesmo que ele não apresente sintomas.

É importante lembrar que o objetivo do tratamento da DIP é interromper o processo inflamatório nos órgãos sexuais da mulher, por isso, fique em repouso e faça o tratamento correto, tanto da mulher quanto do parceiro. Nesse período, suspenda as relações sexuais para evitar a recorrência da infecção”, ressalta o médico ginecologista.

Fique em dia com sua saúde

Com as consultas ginecológicas em dia, fica mais fácil ter o controle da sua saúde e diagnosticar problemas logo no início, facilitando o tratamento e evitando complicações. Então, que tal cuidar da sua saúde e marcar sua consulta médica? Acesse o Guia Médico Online da Unimed Fortaleza e confira as opções de especialistas mais próximos de você!

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*Conteúdo desenvolvido em parceria com o médico ginecologista e obstetra da Unimed Fortaleza, Dr. Márcio Alcântara (CRM – 5861 CE) 

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