Para Sua Empresa 23 de Junho de 2025

O que mudou na NR-1? Confira 7 ações para sua empresa se adequar à norma trabalhista


Você sente que tudo está mudando muito rápido e não dá tempo de acompanhar? Não se preocupe, hoje nós vamos te atualizar sobre tudo o que mudou na NR-1. É só continuar a leitura.

Homem com saude mental comprometida alertando para necessidade da nova NR-1

O que é a NR-1?

A Norma Regulamentadora 1 (NR-1) serve como base para as diretrizes de segurança e saúde ocupacional no Brasil. Ela orienta as empresas sobre como gerenciar a proteção dos colaboradores. 

O grande diferencial dela está no Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), que ensina as organizações a identificar, analisar e controlar os perigos do ambiente de trabalho.

Este ano, a legislação brasileira deu um grande passo ao incluir oficialmente os riscos psicossociais na norma regulamentadora

Pela primeira vez na história, as empresas devem tratar a saúde mental dos colaboradores com a mesma importância que sempre deram à saúde física e às questões ambientais de trabalho.

Essa atualização da NR-1 não é apenas uma formalidade legal, mas sim uma potencial transformação total do ambiente de trabalho da sua empresa.

O que mudou na NR-1?

A principal mudança na NR-1 foi a criação do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). O PGR exige que as empresas documentem oficialmente todas as ações de controle dos riscos encontrados. 

Essa abordagem não se limita apenas aos perigos físicos tradicionais, como acidentes com equipamentos ou quedas. Agora inclui também riscos químicos, biológicos e os riscos psicossociais

A partir de agora, toda empresa precisa identificar e criar estratégias concretas para prevenir e gerenciar situações que causem estresse, ansiedade, depressão ou outros transtornos mentais em seus colaboradores. 

Isso porque a nova NR-1 reconhece que fatores como pressão excessiva, assédio moral, sobrecarga e um ambiente de trabalho tóxico são tão prejudiciais quanto riscos físicos, e ignorá-los pode gerar multas e penalidades significativas.

Entendendo os riscos psicossociais na prática

Mas o que são exatamente esses riscos psicossociais? A resposta está mais próxima do que imagina: são aquelas situações do dia a dia que podem parecer “normais” no ambiente corporativo, mas que na verdade causam danos reais à saúde mental

Entre os inúmeros exemplos podemos citar: prazos impossíveis de cumprir, assédio moral, falta de reconhecimento pelo trabalho bem feito, ou mesmo aquela sensação constante de que o emprego está ameaçado.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) define esses riscos como todos os fatores relacionados ao ambiente de trabalho que podem afetar o bem-estar psicológico dos colaboradores. Incluindo também desde a organização das tarefas até as relações interpessoais na rotina do escritório.

A exposição contínua a esses fatores pode resultar em quadros graves de esgotamento físico e mental, um fenômeno que tem se tornado cada vez mais comum no ambiente corporativo.

O interessante é que muitas vezes esses problemas são invisíveis para quem está na gestão. Por isso, a mudança na NR-1 exige das organizações uma abordagem mais precisa e cuidadosa para identificá-los.

Baixe nosso ebook sobre Síndrome de Burnout e aprenda a reconhecer os sinais de alerta

Sinais de alerta que exigem ação imediata:

Existem algumas situações que funcionam como “sirenes de emergência” para questões de saúde mental no trabalho. Se você identificar qualquer uma delas, é hora de agir rapidamente.

O primeiro sinal é o aumento súbito de afastamentos médicos, especialmente quando os motivos são vagos ou relacionados a “estresse” e “ansiedade”. Outro indicador crítico é quando funcionários começam a apresentar mudanças bruscas de comportamento, como isolamento social ou agressividade incomum.

Preste atenção também em comentários recorrentes sobre “não conseguir dormir por causa do trabalho” ou “sentir-se sobrecarregado constantemente”. Esses relatos informais muitas vezes precedem problemas mais sérios.

A queda inexplicável na produtividade de equipes inteiras também pode indicar problemas psicossociais, especialmente quando acompanhada de aumento nos conflitos internos.

Por que essa mudança na NR-1 é tão importante?

A resposta está nos números dos últimos anos. Segundo dados exclusivos do Ministério da previdência social, em 2024, foram quase meio milhão de afastamentos por doenças relacionadas à saúde mental. Em comparação ao ano anterior, houve um aumento de 68%

Um dado que as empresas precisam ficar de olho. Além de questões preocupantes com a saúde do colaborador, em uma visão organizacional, também representa aumento de custo para as empresas devido a licenças médicas, aumento de rotatividade e queda de produtividade

Portanto, a atualização da NR-1 não apenas protege o colaborador, mas também ajuda as empresas a adotarem uma abordagem preventiva. E a novidade é que essa prevenção agora inclui não só problemas físicos, mas também os emocionais.

[Checklist] Sua empresa promove segurança psicológica no trabalho?

A atualização da NR-1 já está em vigor?

Sim. Desde 26 de maio de 2025 a atualização da NR-1 está em vigor em caráter educativo e orientativo. Após uma decisão recente do Ministério do Trabalho, o início da fiscalização foi prorrogado para maio de 2026.

Isso significa que as empresas terão cerca de um ano para se adaptarem às novas exigências. É muito importante aproveitar esse momento para iniciar o mapeamento e a gestão dos riscos psicossociais, pois não é algo que se faça da noite para o dia.

Como criar uma cultura organizacional que cuide da saúde mental?

As organizações já têm a obrigação de garantir um ambiente seguro e saudável, a atualização NR-1 apenas formaliza e detalha isso, incluindo os aspectos psicossociais.

Um olhar mais acolhedor para a saúde emocional da equipe começa com uma liderança comprometida. Gestores precisam ser preparados não apenas para lidar com questões técnicas das atividades da organização, mas também para conduzir conversas difíceis com empatia, oferecendo apoio real aos seus liderados.

Esse é um movimento essencial para os profissionais em posição de liderança. Falar sobre saúde mental de forma respeitosa e sensível é algo altamente valorizado pelas novas gerações, como a Geração Z.

Por isso, para liderar pessoas de diferentes idades e contextos, é fundamental que o líder esteja pronto: com escuta ativa, empatia e preparo emocional.

Promover uma cultura saudável também significa estabelecer limites claros. E-mails fora do horário de trabalho, ligações nos finais de semana e pressão constante por resultados imediatos são práticas que precisam ser repensadas.

Empresas que já investem na saúde mental dos funcionários estão descobrindo que isso se traduz em equipes mais engajadas e melhores resultados.

Confira agora 7 ações que te ajudarão nessa mudança da NR-1!

7 ações essenciais para adequar sua empresa à nova NR-1

1. Revise e atualize seu Programa de Gerenciamento de Riscos

Comece pelo básico: se o PGR da sua empresa não contempla riscos psicossociais, atualize. É preciso incluir uma seção específica que identifique os fatores de risco presentes na sua empresa e estabeleça medidas preventivas claras.

Nesse momento, é importante envolver profissionais de diferentes áreas da empresa. Monte um comitê com colaboradores do RH, da Segurança do Trabalho, e convide os gestores das equipes para ouvi-los. É sempre importante ter uma visão abrangente e completa dos riscos existentes na sua empresa.

2. Implemente pesquisas regulares

A Pesquisa de Clima pode ser uma grande aliada nesse processo, pois com ela você conseguirá medir fatores psicossociais, como demanda de trabalho, controle sobre as tarefas e suporte social.

O importante é fazer essas pesquisas regularmente e sempre agir com base nos resultados. Pesquisas que não geram mudanças práticas podem até piorar o clima organizacional, pois o colaborador sabe que foi feito, mas nada aconteceu.

3. Capacite toda a liderança sobre saúde mental no trabalho

Já falamos lá em cima sobre a importância de um líder capacitado quanto a saúde emocional, não é? Aqui é só um reforço. Se faça as seguintes perguntas: seus gestores sabem identificar quando um colaborador está com a saúde mental debilitada? Sabem como abordar o assunto sem causar constrangimento? Conhecem os recursos disponíveis para oferecer ajuda?

Invista em treinamentos práticos que ensinem habilidades reais e não fiquem só na teoria. Simulações de situações difíceis, técnicas de comunicação empática e protocolos claros de encaminhamento são essenciais.

4. Crie canais seguros para relatos

Estabeleça múltiplas formas para que funcionários possam reportar problemas psicossociais sem medo de retaliação. Isso pode incluir ouvidoria externa, sistemas online anônimos ou comitês internos de saúde mental.

O segredo está em garantir que esses canais sejam realmente seguros e que as pessoas vejam resultados concretos quando fizerem uso deles.

5. Invista em benefícios para o seu colaborador

Um bom programa de benefícios é investimento estratégico, não apenas custo. Comece pela saúde: um plano que ofereça cobertura integral, incluindo atendimento psicológico, consultas especializadas e medicina preventiva.

Essa abordagem 360º cuida tanto do bem-estar físico quanto mental dos colaboradores. Empresas que investem nesse cuidado completo observam resultados concretos: menos afastamentos, maior engajamento e funcionários que se sentem verdadeiramente valorizados.

A Unimed Fortaleza, por exemplo, tem planos empresariais voltados à essa visão do todo: a combinação do médico tradicional com um suporte robusto para saúde mental e programas de bem-estar. Saiba mais.

O retorno é mensurável: equipes mais saudáveis, produtivas e leais. Todo mundo sai ganhando.

Leita também: Qual a importância da gestão de benefícios para o crescimento do seu negócio?

6. Desenvolva um sistema de acompanhamento contínuo

Crie indicadores específicos para monitorar a saúde mental organizacional: taxas de absenteísmo por setor, rotatividade, uso dos benefícios de saúde mental, resultados das pesquisas de clima.

Mais importante que medir é usar esses dados para tomar decisões. Se um setor apresenta indicadores ruins consistentemente, é hora de investigar e agir.

7. Implemente programas de reconhecimento

É importante ir além do famoso “funcionário do mês” ou do bônus de batimento de metas. Crie uma cultura de feedback construtivo, oportunidades reais de crescimento e reconhecimento pelo trabalho bem feito no dia a dia.

Colaboradores que se sentem valorizados enfrentam melhor os desafios do trabalho e desenvolvem menos problemas de saúde mental relacionados à atividade profissional.

Transforme uma obrigação legal em vantagem competitiva

A mudança da NR-1, à primeira vista, pode parecer mais uma burocracia, mas na verdade representa uma oportunidade estratégica. Empresas que investirem seriamente nessa transição não apenas cumprirão a lei, mas se posicionarão no mercado como referência em cuidado com colaboradores, atraindo cada vez mais grandes talentos que irão alavancar sua empresa.

A nova NR-1 é um convite para modernizar práticas de segurança e saúde no trabalho. Ao implementar as mudanças necessárias, sua empresa constrói um ambiente mais seguro, produtivo e engajado, criando vantagem competitiva sustentável.

O momento de agir é agora. Que tal começar hoje mesmo?

Rodapé da página.