Cuidar de Você 04 de Agosto de 2020

Como prevenir a meningite? Saiba tudo sobre a doença


A meningite é uma doença endêmica, rapidamente disseminada, por isso é essencial saber como se prevenir. Nesse conteúdo, você vai aprender 6 formas eficazes de prevenção da meningite e tirar todas as suas dúvidas!

Homem com sintomas de meningite

O que é meningite?

É o nome dado ao processo inflamatório das membranas, chamadas de meninges, que envolvem o cérebro e a medula espinhal.

Geralmente, é decorrente de infecção por vírus, bactérias ou fungos que conseguem passar pelas defesas do corpo, se instalando e atacando as meninges. Eventualmente, pode ser causada por câncer ou por agentes químicos injetados no espaço entre as meninges.

Como se pega meningite?

A forma como se adquire a doença está relacionada ao seu agente etiológico, isto é, se é decorrente de uma infecção, dependendo do grupo de microrganismos responsável pela doença.

Os tipos de meningite existentes são: viral, fúngica e bacteriana. Abaixo, listamos as particularidades de todas elas. Confira!

Meningite viral

Em geral, é a forma mais comum e menos perigosa da doença, podendo ser transmitida por:

  • Alimentos, água e objetos contaminados por vírus;
  • Fezes (no caso dos Enterovírus);
  • Saliva;
  • Contato com poeira contaminada pelo vírus;
  • Alimentos infectados pela urina de animais domésticos contaminados pelos vírus;
  • Via respiratória;
  • Artrópodes;
  • Via sexual.

Os vírus que causam a meningite são mais comuns entre o fim do verão e o começo do outono.

Veja abaixo alguns dos vírus responsáveis pela meningite:

  • Arbovírus, principalmente o vírus da febre do Nilo Ocidental;
  • Vírus da coriomeningite linfocítica;
  • Vírus da caxumba;
  • Enterovírus;
  • HIV-1;
  • Adenovírus;
  • Vírus do sarampo;
  • Vírus do grupo do herpes.

Meningite fúngica

Geralmente, aparece quando o sistema imunológico está frágil, como no caso de pessoas com AIDS, câncer ou que utilizam terapia com imunossupressores. Esse é o tipo menos comum da doença e pode levar ao quadro crônico da meningite.

Suas manifestações clínicas podem evoluir durante vários dias antes que o paciente se sinta com grande necessidade de procurar assistência médica, porém tem tendência a deixar sequelas e seu tratamento costuma ser prolongado. É importante ressaltar que a transmissão desse tipo de meningite não ocorre de pessoa para pessoa, mas por meio da inalação dos fungos que se multiplicam na natureza e, ao serem inalados, entram nos pulmões e podem chegar até as meninges.

O fungo criptococo é responsável pela maioria dos casos e pode estar presente no solo em oco de árvores, em fezes de animais e em árvores de eucalipto.

Meningite Bacteriana

Constitui o grupo das meningites agudas por evoluírem rapidamente. Considerado o grupo mais grave de meningite, podendo levar à morte em horas, a meningite bacteriana acontece quando uma bactéria acomete a meninge (meningococo, pneumococo, hemófilos etc.).

A doença também pode estar associada a infecções no ouvido, seios da facefratura no crânio, procedimentos invasivos no sistema nervoso central, bactérias na corrente sanguínea ou imunossupressão, que torna o organismo mais suscetível a agentes externos.

Meningite meningocócica

Dentre todas as meningites bacterianas, a meningite meningocócica é a mais temida. Podendo evoluir para um caso mais grave e até levar a óbito em poucas horas. A sua disseminação ocorre pelas vias respiratórias, por meio do contato de gotículas ou secreções do nariz e garganta de pessoas contaminadas. Por sua propagação ser muito fácil, ela pode causar epidemias.

A meningite meningocócica é causada pela bactéria Neisseria meningitidis e pode atingir pessoas de qualquer sexo ou faixa etária.

Quais são os sintomas da meningite?

As primeiras manifestações geralmente são:

  • Febre alta repentina;
  • Forte dor de cabeça;
  • Vômitos;

Podem se associar:

  • Status mental alterado (confusão);
  • Náusea;
  • Mal-estar;
  • Fotofobia (aumento da sensibilidade à luz);
  • Rigidez no pescoço;
  • Convulsões;
  • Sonolência;
  • Falta de apetite;
  • Manchas vermelhas na pele.

Sempre que você identificar esses sintomas, procure imediatamente um pronto atendimento para avaliação e orientação médica.

As meningites bacterianas agudas têm quadros clínicos semelhantes, exceto pelo aparecimento das manchas vermelhas no corpo. Essa manifestação da doença também evolui rapidamente e necessita de atendimento imediato.

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Como tratar os tipos de meningite?

Meningite viral

Normalmente, não é necessário um tratamento específico, pois a doença costuma desaparecer sozinha após algumas semanas. A recomendação médica é que os sintomas sejam controlados com o uso de medicamentos para dor e febre, além de um rigoroso acompanhamento médico para observar precocemente os sinais de complicação da doença.

Meningite fúngica

Quando o médico identifica que o caso se trata de meningite fúngica, o tratamento é feito com o auxílio de agentes antifúngicos específicos. No entanto, o uso desses medicamentos pode trazer diversos efeitos colaterais, por isso o acompanhamento médico é indispensável. Os pacientes que vivem com AIDS e manifestam meningite por criptococo precisam manter o tratamento até que suas células de defesa se mantenham em um número adequado para controlar o fungo.

Meningite bacteriana

Para as meningites bacterianas, geralmente, o tratamento é feito por meio de antibiótico intravenoso que tem de ser iniciado sem perda de tempo, pois a doença pode deixar sequelas, como comprometimento cerebral, dificuldade de aprendizagem ou surdez.

Um tipo especial de meningite causado por bactéria é a meningite tuberculosa. Seu comportamento clínico se assemelha mais ao da meningite fúngica, por evoluir de forma mais lenta em vários dias e até semanas.

A meningite tuberculosa é tratada com os mesmos medicamentos antituberculosos utilizados para a tuberculose pulmonar, só que, inicialmente se associam corticosteróides e o tratamento é mais longo.

Como evitar a doença?

Devido à proximidade do cérebro e da medula espinhal com a inflamação gerada, a meningite pode provocar a morte do paciente e gerar sequelas naqueles que a contraem, fazendo com que o quadro da doença seja classificado como urgência médica e a necessidade de uma prevenção adequada se faça tão importante.

6 formas eficazes de prevenção

1. Vacine-se contra a meningite: existe vacina contra hemófilos, meningoco e pneumococo, para a maioria das cepas patogênicas mais frequentes;
2. Lembre-se sempre de higienizar as mãos;
3. Não compartilhe itens como copos, cigarros ou escovas de dente com outras pessoas;
4. Alimente-se bem e mantenha-se saudável;
5. Lembre-se de cobrir a boca sempre que tossir ou espirrar;
6. Use máscara se precisar permanecer a menos de 2 metros de distância de pessoas com meningite ou com infecção respiratória.

A vacinação é método muito eficaz para a prevenção da doença, por isso, listamos abaixo a recomendação do Calendário Nacional de Vacinação:

  • A vacina contra Haemophilus influenzae B deve ser administrada na vacina pentavalente aos 2, 4, 6 meses de idade com reforços;
  • A vacina contra pneumococo deve ser administrada aos 2, 4 e 12 meses de idade;
  • A vacina contra meningococo C deve ser administrada aos 3, 5 e 12 meses de idade.

Dependendo da situação epidemiológica, além das primeiras doses, os profissionais indicam reforços entre 5 e 6 anos e aos 11 anos de idade.

As bactérias responsáveis pelas meningites não são todas iguais, podendo se diferenciar pelos antígenos que apresentam e, assim, serem classificadas em grupos e tipos. As vacinas são feitas contra os antígenos das bactérias. Desse modo, a vacina contra meningococo, pneumococo ou hemófilos podem não proteger contra bactérias da mesma espécie, porém de grupos diferentes.

Um exemplo disso é que, dos 13 grupos de meningococo, a vacina administrada pelo Programa Nacional de Vacinação protege contra o grupo C, maior responsável por epidemias nas Américas e na Europa.

Como identificar a meningite em bebês?

mae usando mascara segurando bebe

Quando se trata da meningite, crianças menores de cinco anos, especialmente as menores de um ano de idade, são as mais atingidas pela doença.

Em recém-nascidos e bebês, nem todos os sintomas podem aparecer ou podem ser difíceis de perceber. Uma criança com quadro de meningite pode apresentar:

  • Irritabilidade;
  • Dificuldade para se alimentar;
  • Dificuldade de interação (não responder aos estímulos);
  • Reflexos anormais;
  • Moleira elevada.

Em geral, crianças que apresentam meningite com até um mês de idade, foram infectadas pelas bactérias existentes no canal de parto. Os microrganismos mais frequentemente responsáveis por meningite nessa faixa etária são estreptococos do grupo b, Escherichia coli e Listeria monocytogenes.

Outros microrganismos já foram identificados como responsáveis por meningite neonatal, incluindo pneumococos, meningococos e hemófilos, agentes responsáveis pela maioria das meningites.

Crianças de até sete anos de idade, não vacinadas com a Pentavalente ou com vacinas contra Haemophilus influenzae B, têm grande chance de adquirir meningite por hemófilos.

Quando diagnosticadas, as crianças infectadas são hospitalizadas e mantidas isoladas, para evitar que outras pessoas possam ser atingidas pelas gotículas infectadas no ar pelas 24 horas seguintes ao início do uso de antibióticos.

Como fazer o diagnóstico da doença?

O primeiro passo para identificar a doença é ficar atento aos sintomas e se dirigir a um médico infectologista ou a um pronto atendimento.

Geralmente, o diagnóstico é feito com o auxílio de alguns exames como:

  • Exame quimiocitológico do líquor;
  • Bacterioscopia direta;
  • Aglutinação pelo látex (líquor e soro);
  • Cultura de sangue;
  • Exames de imagem (raio X e tomografias).

Faça o acompanhamento médico regular

Agora que você já conhece os sintomas, as causas e as formas de prevenção da meningite, é muito importante que você procure se consultar regularmente com um médico para a prevenção e identificação precoce de doenças. Se você é cliente Unimed Fortaleza, encontre o médico ou a clínica mais próxima em nosso Guia Médico Online.

E se você não é cliente, mas procura a segurança de um plano de saúde, solicite orçamento com um de nossos consultores e tenha acesso aos melhores hospitais, clínicas, médicos e laboratórios, sempre que precisar!

 

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Conteúdo desenvolvido em parceria com a médica infectologista da Unimed Fortaleza Dra. Mônica Cardoso Façanha (CRM  4244 CE – RQE 1910)

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