Cuidar de Você 28 de Agosto de 2019

Quem está imune ao sarampo? Saiba tudo sobre a prevenção da doença


O sarampo é uma doença altamente infecciosa que voltou a preocupar os brasileiros em 2019. Descubra agora a melhor forma de prevenção e saiba como proteger a sua família.

Homem analisando o rosto procurando sintomas do sarampo

O Brasil não registrava casos de sarampo desde 2015, o que rendeu ao país o Certificado de Eliminação do Sarampo, emitido pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). No entanto, recentemente ocorreram surtos nos estados de São Paulo e na Bahia, o que colocou o Ministério da Saúde em alerta e trouxe à tona a importância da prevenção para toda a população.

O que é o sarampo?

Provocada por um vírus chamado Morbillivirus, a doença é caracterizada pela presença de erupções cutâneas na pele, de cor avermelhada. Sua forma de transmissão é através das secreções das vias respiratórias, como gotículas eliminadas pelo espirro ou pela tosse.

Se estava erradicado, por que voltou?

Uma das causas são os vírus “importados”. Os brasileiros que viajam para países onde o sarampo circula amplamente, e os estrangeiros contaminados que visitam o Brasil, podem trazer consigo o genótipo do vírus causador. Movimentos como o antivacina também contribuem para o retorno da doença ao país, pois deixa pessoas que se recusam a se vacinar expostas a diversos vírus, o que facilita a contaminação.

No surto atual, a suspeita é que o vírus seja de países da Europa e da Ásia. Segundo a Prefeitura de São Paulo, “os primeiros casos na cidade de São Paulo surgiram a partir de fevereiro, importados da Noruega, Malta e Israel”.

Os perigos da volta do sarampo para o Brasil preocupa a todos, visto que a sua proliferação pode ocorrer facilmente e, com ela, podem surgir as diversas consequências dessa enfermidade, entre elas a surdez, a cegueira e até o falecimento das vítimas, em casos mais graves. Em 2017, a Organização Mundial da Saúde contabilizou 110 mil mortes em decorrência do sarampo em todo o mundo, sendo as crianças as principais vítimas.

Como identificar os sintomas do sarampo?

Os primeiros sintomas que costumam aparecer são:

  • Coceira;
  • Tosse persistente;
  • Infecção no ouvido;
  • Mal-estar;
  • Febre elevada;
  • Conjuntivite;
  • Sintomas respiratórios.

Geralmente, o sarampo começa com febre elevada acompanhada de conjuntivite não purulenta – caracterizada por olhos vermelhos, lacrimejamento e fotofobia. Sintomas respiratórios também podem surgir e, depois de dois a três dias, pequenas lesões na mucosa oral conhecidas como manchas de Koplik.

Após estes sintomas, há o aparecimento de manchas avermelhadas na pele com progressão crânio caudal, ou seja, começando na parte superior do corpo e progredindo para a parte inferior. Geralmente não causam coceiras e depois de três dias as manchas se tornam acastanhadas com fina descamação da pele.

Qual a diferença entre sarampo e catapora?

Segundo a infectologista, “As duas doenças causam lesões na pele, mas são bem diferentes. As lesões do sarampo são maculopapulares avermelhadas, caracterizada pelo aparecimento de manchas e de pápulas de tonalidade avermelhada, começando atrás das orelhas e se espalhando pelo rosto e por todo o corpo. Já as lesões da catapora são vesiculares, com líquido no seu interior, embora a sua maior característica seja o polimorfismo regional, ou seja, em um mesmo dermátomo são encontradas lesões em vários estágios: pápula, vesícula, pústula e crosta.”

Como proteger sua família?

O melhor jeito de se prevenir é se vacinando. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), a vacina antissarampo é eficaz em cerca de 97% dos casos. Para uma imunização correta, a vacina deve ser aplicada em duas doses:

Primeira dose: a partir do 12º mês de vida da criança;
Segunda dose: entre os 15 e 24 meses.

As pessoas fora desse período, com até 29 anos, podem tomar a versão tríplice viral (que protege ainda contra caxumba e rubéola) nos postos da rede pública de saúde de todo o país, em duas doses, com intervalo mínimo de 30 dias entre elas.

Caso você só tenha tomado a primeira dose da vacina, deve se dirigir ao posto de saúde para receber a segunda. Já para aqueles entre os 30 e os 49 anos que ainda não foram imunizados, a vacina é aplicada em uma dose, exceto para profissionais de saúde, que devem recebê-la duas vezes.

Quem não pode se vacinar?

Como a vacina é feita com o vírus vivo atenuado (enfraquecido, porém vivo), gestantes e indivíduos com a imunidade comprometida são contraindicados. O mesmo vale para portadores de HIV sintomáticos e usuários frequentes de medicamentos que suprimem a ação do sistema imune (corticóides, quimioterápicos, entre outros).

Quanto às reações provocadas pela vacina, não há muito com o que se preocupar, pois como a vacina é subcutânea – aplicada logo abaixo da pele -, reações locais são incomuns.

Quem já teve sarampo pode ter de novo?

Se a pessoa tem certeza de que já teve sarampo, ela já está imunizada, portanto, não terá novamente. Mas a médica infectologista enfatiza que é preciso ter a certeza de que se tratava de sarampo e não de outra virose exantemática, estas são doenças infecciosas cujo as manifestações cutâneas são essenciais para seu diagnóstico.

Como tratar o sarampo?

No momento, não existe tratamento antiviral específico contra o vírus do sarampo. Portanto, as complicações graves da doença podem ser evitadas com um tratamento de apoio que garanta uma boa nutrição e a ingestão suficiente de líquidos. Além disso, antibióticos podem ser prescritos para tratar infecções nos olhos e ouvidos, bem como pneumonia.

Conheça os sintomas da desidratação

Para as crianças diagnosticadas, recomenda-se receber o tratamento também com suplementos de vitamina A, pois mesmo crianças bem nutridas podem apresentar deficiência da vitamina após contrair a doença. Além disso, pode ajudar a prevenir danos oculares.

Lembre-se! Para receber o tratamento adequado, é essencial o acompanhamento médico.

Fique seguro

Agora que você sabe um pouquinho mais sobre o sarampo e a complicações que ele pode trazer, é importantíssimo que você e seus entes queridos verifiquem se já foram vacinados ou se já tiveram um quadro da doença quando mais jovens. Caso não lembre se fez a imunização, não tem problema fazê-la novamente. Para continuar cuidando da saúde de quem você ama, aprenda também a identificar situações de urgência e emergência.

dra-glaucia-infectologista

 

Conteúdo aprovado em parceria com a infectologista Dra. Gláucia Ferreira
Infectologista Pediátrica do Hospital Regional Unimed

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